No dia 26 de Outubro de 2010, Daniel Oliveira, um conhecido comentador político e apoiante de Manuel Alegre (candidato a presidência da republica), escreveu para o jornal expresso: «Quando Cavaco chegou ao primeiro governo em que participou eu tinha 11 anos. Quando chegou a primeiro-ministro eu tinha 16. Quando saiu eu já tinha 26. Quando foi eleito Presidente eu tinha 36. Se for reeleito, terei 46 quando ele finalmente abandonar a vida política.»
Seguindo a sua lógica Tómas Vasques, criador do blog «hoje há conquilhas amanhã não sabemos» e comentador do programa da tvi24 «combate de blogs», acrescentou: “ quando Alegre foi eleito deputado, Daniel Oliveira tinha 6anos. Quando fez 16 anos, Alegre ainda era deputado; quando fez 26 anos, Alegre continuava como deputado; já com 36 anos, Daniel Oliveira ainda viu Alegre como deputado; e comemorou o seu 40º aniversário ainda Alegre era deputado. Se Alegre fosse eleito Presidente da República, Daniel Oliveira corria o risco de já passar o meio século de vida quando o poeta abandonasse a vida política.”
Para além da óbvia refutação de Tómas Vasques a Daniel Nascimento, constatamos, infelizmente, que há já várias décadas que os políticos não mudam. Aqueles que governaram os nossos pais e avós há mais de 30 anos atrás continuam no poder. O ex presidente da república Jorge Sampaio (mandatos: 9 de Março de 1996 – 9 de Março de 2006) defendeu que “ é imperativo que haja um rejuvenescimento nesta área para bem da saúde democrática.”
No entanto, não se pode negar que a profissionalização da política tenha as suas vantagens, como uma melhor qualificação e experiencia. Mas essa profissionalização limita o acesso do povo, mais concretamente dos jovens, aos partidos, as ideias e ao poder, excluindo novos pontos de vista e, a tão necessária regeneração e consciencialização que tentamos apelar.
Para o rejuvenescimento da política, os meios de comunicação para quase nada, ou nada têm contribuído mostrando sempre os mesmos rostos e pedindo sempre opiniões aos “suspeitos do costume”, espantando, assim os jovens e aumentando o fosso entre politica e jovens.
Com isto procuramos apelar e servir de inspiração, não só aos jovens, mas principalmente aos jovens, de que está na hora de mudar os rostos, as ideias e as políticas porque a política num país democrático é a actividade dos cidadãos em geral, que se ocupam dos assuntos públicos não só com o seu voto, mas também com a sua militância, ou seja, com o seu apoio e intervenção sempre cientes dos factos.
Há cerca de um mês e meio foi lançado uma petição online “contra o tom melancólico e redundante que tem dominado os meios de comunicação” na análise da actual crise económica, financeira, política e social que resulta, significativamente, do convite feito a um número muito restrito de comentadores sempre com a mesma opinião.
Pergunta-se então porque não lançar uma petição contra o aparente desprezo da comunidade política aos jovens, contra a falta de clareza, objectividade e atenção dos meios de comunicação aos jovens e a exigir uma hora do seu precioso tempo dedicados aos jovens e a promover o seu envolvimento nos serviços públicos, como por exemplo no voto que por eles muitas vezes é esquecido.
Por Aires Sebastião
Não podia concordar mais. Apelam para que votemos, para sejamos cidadãos activos assim que fazemos dezoito anos mas na práctica e no que toca a intervenções mais a fundo, os jovens são esquecidos. Tantas vezes dizem nos seus discursos estudados que somos o futuro do país, então deixem-nos começar a actuar desde já para melhor assegurar-mos esse futuro, em que eles já cá não estarão para o fazer!
ResponderEliminar